SEXO




SEXO SOBRE RODAS


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Quando você vê alguém em uma cadeira de rodas, logo imagina que aquela pessoa não tem uma vida sexual ativa e saudável, pensa que nada da cintura para baixo “funciona”, certo?
Errado!
É comum para quem não tem nenhum tipo de limitação física e também não convive com cadeirantes, imaginar que eles não desfrutem de uma vida sexual como a de um “andante”. O pensamento da maioria das pessoas gira em torno do movimento do corpo e, quando alguém não pode andar, também não pode usar o que fica da cintura para baixo. O professor universitário de educação física, Rodrigo Tadeu Silva Ferreira, que em 2008 completa 11 anos de lesão na medula, explica que a limitação física e a cadeira de rodas trazem a falsa impressão de inatividade e monotonia. “Mas no meu caso não, eu tenho boa mobilidade e sou bem habilidoso sexualmente falando”, garante o professor.
Rodrigo, hoje com 35 anos, era ginasta quando ao realizar um salto duplo mortal para frente, caiu e deslocou as vértebras cervicais. Ele, que já era formado em educação física, enfrentou cirurgias e muitas sessões de fisioterapia. Hoje mora sozinho e realiza todas as tarefas do dia-a-dia sem o auxílio de outras pessoas. Deixou de trocar passos para tocar as rodas. “Faço tudo sozinho, sou independente. Vou para festas, dou aulas na faculdade, namoro, estudo. Toco minha vida sobre rodas numa boa”, conta Rodrigo.
A psicoterapeuta e psicodramatista Magda Gazzi, explica que nos homens o desejo sexual permanece inalterado após uma lesão, mas a vida sexual depende de muitos outros fatores além de somente estímulos físicos como, toque, beijos ou carícias. A forma como se pensa o sexo passa a ser muito importante, os sabores, os cheiros, os sons, todo o clima que antecede o ato sexual passa a ser extremamente importante. “A ereção depende do nível da lesão e se é ou não completa. Os estímulos visuais, por exemplo, responsáveis pela ereção psicogênica, passam a ser muito importantes já que nem sempre o corpo responde de imediato ao toque”, explica Magda. Após uma lesão, é comum perceber a ereção dificultada, sensibilidade diminuída e até ausência de ejaculação. “Existe uma cultura machista que sinônimo de masculinidade e virilidade é ter pênis ereto e penetrar a mulher. Com o tempo descobri que ser homem é muito mais que isso e que não é ‘pau duro’ que as mulheres querem e sim um homem no modo de ser completo”, esclarece Rodrigo, que além de professor é campeão de natação e atletismo em jogos paradesportivos.
A ejaculação é um processo fisiológico e o orgasmo é um processo sensitivo, portanto, pode haver orgasmo sem ejaculação e ejaculação sem orgasmo. “Ocorrem quase ao mesmo tempo, mas não são a mesma coisa”, garante a psicoterapeuta Magda Gazzi. A lesão afeta todo o corpo, inclusive a função sexual. Assim é necessário inventar e descobrir novas formas de amar, com muito carinho e cumplicidade tudo se resolve. “O toque, os beijos, o calor do corpo, os lábios, a língua e as carícias tornaram-se ferramentas importantes e, apesar de existir a penetração ela não o principal”, complementa o engenheiro de software e técnico de sistemas Hélio Araújo Portela, 38 anos, há 18 lesado medular.
E nas meninas?
Várias mulheres com lesão permanecem férteis e capazes de gerar um bebê. A menstruação geralmente pára logo após a lesão, mas o ciclo menstrual volta ao normal em no máximo um ano. Depois desse período a mulher pode engravidar, desde que realize o acompanhamento médico e se atente a alguns pequenos cuidados. O risco de infecção urinária, por exemplo, é maior. Alguns estudos na área mostram que elas demoram mais tempo para alcançar o orgasmo, mas ainda que ele seja uma sensação de prazer intenso, a satisfação sexual em si não requer orgasmo. “Depois do acidente, percebi que era preciso adquirir habilidade para outros pontos de sensibilidade. Aprendi que meus seios estavam super sensíveis, as orelhas, pescoço até as mãos ficaram mais sensíveis”, confirma Bianca Kallil, 26 anos, designer de móveis que sofreu um acidente de carro aos 19.  “Nas mulheres, a resposta sexual funciona da mesma maneira que nos homens, porém, como não tem ereção declarada, fica “mais fácil” manter o relacionamento sexual. Porém tudo depende muito do nível da lesão, tanto nos homens quanto nas mulheres”, afirma Magda Gazzi, que também é colaboradora do Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O projeto destina-se à assistência, ensino, pesquisa e prevenção dos transtornos da sexualidade, bem como a serviços junto à comunidade.
Além de todas as técnicas físicas para dar e sentir prazer existem ainda as evoluções da ciência, que possibilitam uma maior qualidade para o ato sexual, por exemplo, as pílulas a base de sildenafila, como Viagra, Levitra e outros usados no tratamento da disfunção erétil no homem. “O medicamento melhora o que já existe, há necessidade de existir excitação, desejo e um esboço de ereção para que tenha o efeito esperado. Ele não provoca essas sensações, isso é da pessoa, da situação”, explica Rodrigo. “Sem o remédio dá pra levar, mas com ele a qualidade da transa é outra”, afirma o estudante de Letras, João Manuel Ardigo, 37 anos, autor de dois livros que contam sua trajetória de recuperação após ser atropelado por um caminhão há 11 anos.
O prazer que vem do sexo acontece de muitas maneiras diferentes. A experiência de novas táticas associadas a boa comunicação entre os parceiros são as chaves para uma vida sexual satisfatória, em todos os casos. É possível viver bem numa cadeira de rodas e com qualidade, nem tudo é 100% bom ou 100% ruim. “Quando me perguntam como é estar na cadeira, digo que eu gosto e eu tenho de gostar porque poderia estar pior. Muita gente fica pasma pensando que sou louco, mas na verdade é ela que me leva aos lugares. Penso na cadeira de rodas como um objeto que traz benefício e não como muitos enxergam como algo ruim e assustador”, conclui Rodrigo.
Uma vida nova
A incidência de lesões medulares traumáticas no Brasil é alta. Estima-se que ocorram cerca de 11.300 novos casos por ano. São muitas as formas de acidentes causadores desse tipo de lesão, as mais comuns são acidentes no trânsito, armas de fogo e desajeitados mergulhos em rios, piscinas ou lagos muito rasos. Quando a medula espinhal é afetada por problemas como tumor, hemorragia, infecções, acidentes vasculares entre outros, a lesão é chamada de não-traumática. Após um ferimento na medula, a pessoa perde os movimentos do nível do local afetado para baixo, pode ser uma paraplegia (paralisação de pernas, tronco e órgão pélvico) ou tetraplegia (paralisação de braços, pernas, tronco e órgão pélvico). A lesão ainda pode ser completa ou parcial. “A completa é considerada definitiva, pois o paciente perde todas as funções sensitivas e motoras abaixo do local afetado. Já a parcial pode ser reversível, já que o paciente pode ter algum movimento voluntário ou sensação abaixo da lesão”, explica o professor doutor em neurocirurgia, Adelmo Ferreira.
A medula espinhal é como um fio elétrico, às vezes é possível reconectar os cabos, mas em alguns casos, eles são irremediavelmente danificados, como se tivessem sido cortados com uma tesoura, ela regula não só as funções motoras, como as respiratórias, circulatórias, excretoras, sexuais e térmicas. Por isso o processo de reabilitação é longo e um desafio para profissionais e para o próprio paciente. “No começo há uma confusão de sensações, ficamos decepcionados com isso. Tentamos adivinhar o que estamos sentindo e, às vezes não sentimos nada. Nessas adivinhações algumas acertamos, mas a maioria, erramos. O tempo ensina a viver com a nova situação, tirando dela o que há de melhor”, declara o professor Rodrigo Tadeu.


Fonte:blogdacomunicacao
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As dificuldades da mulher cadeirante em encontrar seu parceiro….



  Gostaria de me pronunciar e falar um pouco da minha experiencia como cadeirante, quero aproveitar ja que o assunto esta tao em voga! depois cairemos no esquecimento novamente….! Eu como mulher cadeirante, reconheco a dificuldade que existe para encontrar parceiros para namorar e mais ainda para casar. Reconheco nao por experiencia propria(estou no  meu terceiro casamento, o segundo foram 8 anos, so nao vivemos juntos..mas foram muitas trocas e tempo junto), mas sim por conhecimento da vida e contatos com outras cadeirantes, sinceramente falando, nunca tive muita dificuldade para arrumar namorado…nos meus tempos eu arrasava coracoes!! eu era gata gente! fazer o que?? e isso acabava “encorajando” os muchachos que deixavam seus preconceitos de lado rsrsrsrr!!

Fui muito paquerada, vivi muitas lindas e torridas relacoes e tive alguns amores que valeram a pena, outros nem tanto…..mas isso eh outra historia. O que eu realmente reconheco eh que eu era linda mas confesso tambem que era burrinha, digamos desinformada, sem assunto e nao conseguia prender um homem por muito tempo! a tal linda e burra entende? felizmente, gracas a alguns amigos e muitos toques, com o tempo, eu percebi que precisamos de muito mais para prender alguem…entao mulheres lindas, nao percam seu tempo cuidando apenas de sua beleza, alias, cuidem sim, afinal mulher relaxada ninguem merece! mas cuidem tambem de coisas muito mais importantes como por exemplo, a cultura! seja informada e saiba conversar numa roda podendo dar sua opiniao sobre assuntos do momento e atualidades, tenha assunto depois do sexo….senao fica tudo tao vazio…leia, leia muito! e quando puder, de aquela olhadinha nem que seja nas manchetes do dia….tente colocar a cultura em sua vida, hoje em dia eh muito mais facil ser informada, temos muitos meios de comunicacao e a internet eh uma delas!  seu aprendizado e cultura ninguem tira de voce….ja a beleza…se vai com o tempo e isso ja sabemos!
Bem, voltando a Luciana e Miguel, acho que esse lindo romance, podera ajudar a derrubar muitas barreiras, preconceitos e desmitificar alguns misterios e mitos sobre a sexualidade e potencialidade da mulher cadeirante….os assuntos na novela estao sendo abordados de uma maneira bem leve e sutil.
Acho que o grande problema, eh que os homens brasileiros, principalmente o carioca, cultuam muito o corpo! corpos malhados, bundas bonitas, pernas grossas(as coxudas), a midia e internet incentiva muito isso ne?? o homem por natureza eh cacador(gente nao tenho c cedilha no meu teclado) e nao quer mostrar para os amigos, uma caca(com cedilha) com a asa quebrada…..o cara tem que passar por por cima dos seus proprios preconceitos, do preconceito dos amigos e da familia. Na verdade, eh muito dificil a mulher cadeirante, ser paquerada na rua! nos fugimos dos padroes impostos pela sociedade! sabe o caminho mais facil para encontrarmos alguem?? quando tem uma reuniao na casa de amigos, ou no seu dia a dia no trabalho, ou seja, situacoes onde voce tem a chance de mostrar “quem” esta sentada naquela cadeira! o cara tem a oportunidade de encontrar em voce o tal algo mais que nao temos a oportunidade de mostrar quando estamos na praia, ou passeando pela vida…onde o homem so ve a cadeira de rodas e todos os preconceitos vem como uma avalanche, as vezes o cara briga com ele mesmo por estar se sentindo atraido por alguem numa cadeira e muitas vezes deixa escapar a oportunidade de conhecer alguem bem legal(ou nao! nao eh por estar numa cadeira que essa pessoa eh legal!) nos meus tempos de solteira, quantas vezes eu estava na internet, num bate papo bem gostoso e ate falando de sexo, e quando eu contava que usava cadeira de rodas, parecia que eu via o cara brochando rsrsrsrsr!! as pessoas veem o deficiente como assexuado! gente! deficiente transa sim, goza sim, ama sim, chora sim e sofre tambem!! eh incrivel pensar que no mundo de hoje ainda exista essa falta de informacao!! sobre isso e sobre tantas outras coisas…..isso eh outro tema!
Uma das historias de minha vida que lembro, foi uma pergunta que fiz a um cara que tinhamos um rolo..era impressionante o desejo que sentiamos um pelo outro….e uma vez, de curiosa, perguntei a ele por que ele sentia aquele desejo todo por mim…afinal eu nao tinha as tais pernas desejada pelos homens, minha bunda estava escondida sentadinha na cadeira rsrsrsrs, enfim, eu queria saber! e ele simplesmente me respondeu que o desejo dele por mim, era despertado de uma outra maneira, pelo meu jeito de olhar, pela minha boca, pelas coisas que eu falava e que a minha seducao fluia naturalmente e que o desejo dele era tambem pelo meu corpo e que nao importava que estava fora dos tais padroes, ele me queria do jeito que eu era e ele me desejava como a qualquer outra mulher! legal ne??
Ja com o homem deficiente eh diferente…a mulher eh muito mais sensivel….o corpo nao esta em primeiro lugar! nao importa a cadeira, se a mulher se atrai ela vai encarar com cadeira e tudo! a maioria dos homens cadeirantes que conheco, nao tem problema em namorar, paqueram e sao bem recebidos de cara! nos mulheres somos mesmo demais rsrsrsrsr!!
Ja a Ingrid a mae do Miguel, realmente existe! eu vivi esse tipo de preconceito por 8 anos, a mae dele nao me aceitava..achava que o filho teria muito “trabalho” comigo, isso porque ela nos viu uma vez na praia e ele teve mesmo que me carregar no colo e o olhar dela era: “coitado do meu filho, vai ter que carregar essa cruz!”..e olha que sempre fui independente hein…..mas realmente praia nao da! agora com a tal cadeira anfibia isso pode mudar…mas ainda prefiro o colinho do meu amor!  posso dizer que minha ex sogra atrapalhou e bem essa relacao, que acabou nao dando certo por varios outros motivos!
Espero que essa relacao da Luciana e Miguel, acabe por despertar a atencao dos homens para a mulher cadeirante e que eles nao fujam desta atracao se ela pintar, nao tenham medo de tentar, a relacao pode ate nao dar certo por outros motivos, mas voce vera que o fato dela estar numa cadeira de rodas, nao a faz menos mulher!!
Ja esta na hora dessas barreiras preconceituosas serem derrubadas ne??? viva seu amor! nao importa se sentado ou de pe! na hora de deitar e fazer amor, eh tudo igualzinho…..com algumas limitacoes que vc sabera e aprendera a lidar com elas..basta deixar o amor falar mais alto! hauhuhuaa filosofei!

Fonte: debpedroso
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O sexo e a deficiência física

"...
Se por um lado na minha vida extra sexual/amorosa estou perfeitamente À vontade com a situação não me causando qualquer transtorno ou problema falar sobre o assunto. Ao nível amoroso desde os meus 15/16 anos que várias raparigas/mulheres me disseram que gostavam muito de mim, mas que não podiam namorar com alguém como eu, com a minha deficiência.

Apesar de tudo o ano passado, com 27 anos, tive o meu primeiro namoro que não apenas platónico e consegui libertar-me e estar com ela a 100%. Até que de um dia para o outro e sem explicação até hoje me deixou e nunca mais consegui estar com ela para uma explicação do que se tinha passado, que nem será necessária mas que acho que de certa forma me livraria de alguns pensamentos.

Ora, actualmente existe outra rapariga que me aceita como sou e conseguimos passar bons momentos, tendo inclusivé conhecimento do meu passado. Contudo o "abandono" recente voltou a abrir marcas das quais ainda não me consegui libertar não tendo ao fim de um mês conseguido penetrar a minha namorada porque perco a erecção rapidamente."

Se deficiente não faz sexo, deveria fazer

Agradeço aos leitores pelos comentários de todos os tons em relação ao meu último posicionamento. Achei muito interessante perceber como a temática da vida sexual de uma pessoa com deficiência causa curiosidade, vontade de entender, de saber como é e como não é. Para mim, esse tema é dedo numa ferida atemporal, é questionador de cultura, agrega pessoas e não pode ser esquecido. Faço questão de retomá-lo, até como forma de resposta aos comentários sobre o texto anterior, “Deficiente faz sexo?”.
Renato Ventura
Renato Ventura / A criatividade para vencer barreiras do dia a dia pode ser transportada para a cama. A ilustração de Renato Ventura diz o que precisa ser dito: abra a sua cabeça. A criatividade para vencer barreiras do dia a dia pode ser transportada para a cama. A ilustração de Renato Ventura diz o que precisa ser dito: abra a sua cabeça.
Durante um bom tempo da minha vida eu mesmo me fiz essa pergunta, mas acrescentava um agravante: “Será que eu consigo fazer sexo? Será que alguém teria vontade de se relacionar comigo? Será que eu tenho esse direito?” Pensar se você tem, ou não direito a uma vida afetiva saudável pode parecer estranho para quem não é deficiente, mas para mim ela fez sentido. Como comentei anteriormente, precisei encarar desafios que vieram muito antes disso e que tinham a ver com atividades básicas do dia a dia. Encontrar uma maneira para tomar banho, me vestir, comer, entrar em na Kombi que me levava para a escola, chegar à sala de aula, entre muitas outras. Sendo assim, eu acreditava que eu não tinha tempo, ou não precisava me focar em relacionamentos, o que foi um grande erro. Eu estava era sendo medroso.
Encontrar alternativas é uma condição permanente no meu pensamento e eu demorei muito para perceber que eu fugia da possibilidade de levar isso para a cama. Fugia, porque eu queria descartar o meu corpo. Eu sou cadeirante, não sou alto, fico quase que o tempo todo sentado, sou um caniço de magro, minhas pernas são tortas, (a coluna também é) e além de tudo, eu não me movimento com facilidade. Movimentação de quadril? Esqueça. Na minha cabeça, meu corpo não corresponderia às exigências de atração e nem seria capaz de proporcionar uma vida sexual satisfatória nem para mim, nem para a minha parceira. Outro erro.
Eu só consegui começar a ter uma vida afetiva, e consequentemente, sexual ativa, depois que eu resolvi realmente encarar o meu corpo e a maneira como ele se manifesta. É preciso vestir a carne e tomar posse das possibilidades dela. Você não enxerga? Não ouve? Não mexe as pernas? Não tem um membro? Não mexe as pernas, nem os braços? Que pena. Mas o que você faz? O que você pode fazer diferente? O que te faz se sentir bem, emocionalmente e fisicamente, quando você está com alguém?
Eu não consigo responder se todos os deficientes fazem sexo. Mas se não fazem, deveriam fazer.
Não considere as suas referências do cinema, da televisão, das revistas e muito menos dos filmes pornográficos. Se o foco for esse, a possibilidade de você cair em um mar de frustrações é imensa. Aliás, acho que isso é válido para qualquer pessoa, deficiente ou não. Isso para mim foi outra conquista importante: ignorar o que eu não sou, o que eu não posso, o que eu não atinjo, o movimento que eu não tenho, ou qualquer outro “não” que me atrapalhe.
Iniciar essa mudança de postura é uma jornada particular e bastante íntima, como não poderia deixar de ser. O ponto importante é nunca se entregar à ideia de que isso não é necessário, de que não é possível e que o fato do deficiente querer fazer sexo é um luxo. Essa vivência é fundamental para se conhecer melhor, conviver de maneira mais positiva com os próprios limites e explorar o que traz “sim”, ao invés do “não”. Um bom começo é refletir sobre a imagem que se tem de si mesmo. Depois de pensar bastante sobre isso, descobri que eu sofria do complexo do Ursinho Puff. O Ursinho Puff é bondoso, bonitinho, querido, uma graça e as mulheres acham ele um fofo. Mas ninguém se imagina transando com o Ursinho Puff. Eu não sou um ursinho, sou um homem. Incorporei isso e tratei de pôr em prática.
Eu precisei desconstruir o mito de que ter autonomia de sobrevivência e ser uma pessoa sociável é o suficiente. Não é. Em algum momento da vida isso vai te alcançar e você vai ter que responder (Já falei isso também). Encarar o desafio é bastante compensador. Dar espaço para a descoberta da maneira que cada um tem de encantar outra pessoa, de envolver a sua (ou o seu) pretendente com a personalidade que você tem, ou ideias e posicionamento diante do mundo e, acima de tudo, perceber qual é o seu comportamento quando você está disposto a se apaixonar, se aventurar e se permitir é uma escolha que independe completamente da condição física.
A curiosidade em torno da situação e a necessidade que o deficiente tem de fazer as coisas de forma diferente podem ser aliadas fortíssimas no momento de conquista e sedução.
O toque de uma pessoa sem visão é muito mais sensível e, aliás, um parceiro assim vai sentir-se atraído por coisas que vão muito além do visual. Uma pessoa com baixa, ou nenhuma audição pode ler os lábios do outro, ou ainda, ensinar maneiras de dizer coisas picantes, ou apaixonantes, sem necessariamente dizer nada. O surdo não vai querer se concentrar nos sussurros, nem nos gemidos, e nem nos gritos enlouquecidos, mas pode estar atento ao movimento dos corpos, à intensidade dos toques e dar muito mais atenção aos olhos e sorrisos.
O deficiente físico pode usar o maravilhoso artefato da compensação. A falta de movimentação e sensibilidade em uma parte do corpo precisará ser compensada por outra coisa e esse campo tem infinitas possibilidades. Em alguma parte do corpo há sensibilidade, então o que você pode fazer com isso? O que você pode fazer melhor do que outras pessoas? Afinal, com tanta compensação na sua vida, você deve ter encontrado algo que acabou dominando mais. A criatividade em muitos momentos te possibilitou a fazer coisas e ela pode tornar a sua cama bem mais divertida.
Tudo isso é um soco na cara de padrões estéticos,veiculados e impostos diariamente, de condutas repressoras e de preconceitos contra qualquer tipo de relação humana. É uma resposta à vitimização, ou a tentativas de ocultar o deficiente, deixando-o de lado. A inclusão sexual da pessoa com deficiência exige que homens e mulheres repensem comportamentos que se repetem há séculos, relacionados à intolerância, ao desrespeito às diferenças e à falta de abertura para quebra de tabus.
Uma alternativa é possível.


O portador da lesão medular e o sexo


O medo da possibilidade de eliminar urina ou evacuar durante o ato sexual, trancafia o portador em um celibato voluntário. E para reverter este pensamento, o mais indicado é a terapia sexual. Uma orientação sobre o físico e o psicológico. A princípio, a troca de informações e experiências entre os portadores é fundamental para a aceitação e entendimento. Em um segundo momento, o portador é encaminhado a um urologista que apresenta a realidade médica e possibilidades terapêuticas.

O resgate da sexualidade e a participação do deficiente físico na comunidade. Esta é a proposta de Fabiano Puhlmann, psicoterapeuta especializado em deficiência física. O autor esclarece dúvidas sobre tratamentos, recursos e atitudes a serem mantidas para uma sexualidade plena e as dificuldades enfrentadas pelos deficientes contra o preconceito.notícia sobre o Bordel Holandês, me fez atentar sobre os deficientes físicos e o sexo. Lembrei imediatamente do filme do filmeCarne Trêmula de Almodóvar, inspirado no livro de Ruth Rendell. E apesar do filme não ter como tema central o drama do deficiente físico, nele Javier Bardem é um ex-policial cadeirante que tenta levar uma vida normal (social e sexual) após ter lesado a medula em um tiro acidental.
O filme é muito mais do que este fato, como todo Almodóvar, é uma crítica social regada a muito drama e sexo. A cena mais conhecida do filme é a que ilustra o poster (corpos de um homem e uma mulher invertidos e juntos), no entanto, não é esta que quero destacar.
Em Carne Trêmula, Javier Bardem e Francesca Neri, protagonizam uma cena que ilustra bem a dificuldade, mas também a sensualidade e possibilidade do prazer entre uma mulher normal e um cadeirante. Na cena, ela faz uso da barra que ele tem próxima à banheira, para segurar-se nela facilitando o sexo entre eles. Já tem um tempo que vi o filme, mas lembro que esta cena em especial era muito erótica.

A realidade sexual do portador de lesão medular

Sei que o universo da deficiência física é muito mais amplo que a lesão medular, mas preferi comentar sobre essa deficiência já que trata-se de algo, infelizmente, comum em nossa sociedade atual. Em tempos de balas perdidas e acidentes de trânsito indiscriminados, a re-socialização do cadeirante a níveis sociais, psicológicos e sexuais, tem que ser discutidas à exaustão para sensibilizar sociedade e as autoridades.
Uma pesquisa feita entre portadores de lesão medular, mostrou que 60% das mulheres e 50% dos homens, não tinham vida sexual após a lesão. E este desinteresse devia-se à própria condição física de estar em uma cadeira de rodas. Aspectos físicos e motores comprometiam a auto estima e também o vilão maior: o descontrole esfincteriano.
Certamente este assunto ainda voltará à tona, já que estou preparando uma série de posts à respeito disso, mas por enquanto, indico a leitura do livro Revolução Sexual Sobre Rodas, de Fabiano Puhlmann, psicoterapeuta especializado em deficiência física.

Sexo é vida!

Encontrei um breve texto da pedagoga Gisela Bordwell que aborda fatos interessantes nesta vivência sexual. Para Gisela, que pesquisou bastante sobre o assunto, o principal limitador da sexualidade do lesado medular é o preconceito, próprio e de quem rodeia. E destaca o envolvimento emocional e as fantasias sexuais como grandes aliados na satisfação da libido.
“(…) A criatividade sexual bem explorada é sempre bem-vinda, proporcionando o prazer da proximidade dos corpos, cheiro de suor, toque da pele e a imaginação de união num grau máximo. É a sensação de duas pessoas serem uma só, mesmo que seja num nível imaginário. Fantasias podem e devem ser usadas como meios de sedução, porém não se deve construir uma relação baseada apenas em fantasias. Essa postura seria como construir uma casa sem nenhum alicerce, ou seja, a destruição é certa. Deve sempre ficar muito claro para o casal o que se espera daquela relação para não haver sofrimentos. Todos esses detalhes bem explorados são fortes artimanhas para uma relação saudável quando acompanhados de propósitos bem definidos. 
Estes pequenos truques, quando acompanhados por trocas de palavras que agradam ao coração, palavras de carinho, conforto e apoio moral levam a uma relação completa. O mesmo ocorre quando, através um olhar de aceitação plena entre duas pessoas que se sintam completamente envolvidas emocionalmente na relação por algum charme especial. Também quando a pessoa sente intuitivamente que seu companheiro está se aproximando sem ser avisada. Ou ainda, quando uma delas tem o pressentimento de que o outro está em perigo ou está muito feliz. Tudo isso é resultado de uma cumplicidade muito grande quase sem explicação. Como uma entrega total entre o casal. Algo, por que não dizer, divino, possível de acontecer. (…)” Gisela Bordwell


FONTE NOVA VIDA SOBRE RODAS



Acessibilidade em Motéis. Porque pessoas com deficiência também fazem sexo.

Acessibilidade, deficiência, motéis, pessoas, sexo 0A acessibilidade está em evidência nos dias de hoje. E nos motéis não poderia ser diferente. As pessoas com necessidades especiais já encontram estabelecimentos adaptados às suas condições e podem desfrutar de momentos com tranquilidade e segurança, como propõe o Fidji Motel, de Olinda (PE). O local conta com uma suíte específica para esse público, elaborada nos mínimos detalhes. Trata-se de um espaço amplo, térreo, sem degraus desde a garagem. O espaço é grande o bastante para a circulação de cadeira de rodas. No banheiro, há barras de apoio e o chão é antiderrapante, visando a segurança dos usuários. Além disso, as mesas e a cama têm alturas adequadas para as pessoas com deficiência. Tudo sem deixar de lado o conceito cinco estrelas utilizado em toda a concepção do motel: da fachada até as instalações, passando pela decoração elegante e o serviço oferecido aos hóspedes.

É óbvio, porém, que é muito delicada a situação de quem passou pelo trauma de perder a mobilidade num acidente, por exemplo. Existe todo um processo de recuperação, retomada da rotina, que não será mais a mesma, além da aceitação da nova situação. A partir desse estágio, a pessoa passa a procurar formas de satisfazer suas necessidades para se sentir inclusa novamente na sociedade. E há muita gente que já superou essas barreiras e até tira certas vantagens da situação, de forma engraçada e com muito alto astral, provando que o ser humano é capaz de transpor muitos obstáculos.
[float=right][/float]Afinal, um cadeirante com lesão medular, tem vida sexual? Faz sexo? “Faz. Ele às vezes tem sensibilidade. Pode chegar ao orgasmo, mas não necessariamente pelo ato sexual em si, pela penetração. O que ocorre é que esse indivíduo vai desenvolver outras áreas erógenas de estimulação”, explica a médica especialista em reabilitação da Unifesp, Rosane Chamlian.

Segundo a publicitária Juliana Carvalho, de 28 anos, cadeirante desde os 19 anos, além da ausência de sensibilidade, nas mulheres há também o fato do déficit de lubrificação. Para ela, a questão do espelho em motéis, é algo bastante importante para os cadeirantes. “Com ele dá para explorar as partes que não se sente. O estímulo visual ganha uma atenção especial. Falar coisas sensuais também atiça os ânimos. Conseguimos ter orgasmo mesmo sem sentir os órgãos sexuais, é possível atingir o clímax, sim”, garante.

O proprietário do Swing Motel em São Paulo, Felipe Rua orienta que para o uso dessa suíte é preciso que o casal faça uma reserva prévia, pois só há uma suíte com esses diferenciais e a procura é grande. O Motel Aquarius, do Rio Grande do Sul, também tem unidades adaptadas com acesso para cadeira de rodas. Quanto ao novo motel da mesma rede, que ainda está em construção na cidade de Caxias do Sul, Ademar Lazzarotto, sócioproprietário, diz que adaptará duas suítes. “Temos recebido pedidos de reservas para a suíte seguidamente”.

Os cadeirantes agora terão mais facilidade para encontrar suítes adaptadas no site Guia de Motéis. Os estabelecimentos que oferecerem instalações adequadas serão relacionados quando o quesito for solicitado na busca. Segundo a redação da Revista Moteleiro, alguns motéis já atendem as necessidades dos cadeirantes no Brasil. Eles estão dentro da lei e obtêm ótimos resultados. Não faltam leis e demanda de mercado. O que também não pode faltar é consciência.

O arquiteto Ricardo Freire, diz que a adequação dos motéis ao padrão da lei é obrigatória e quem não cumpre as determinações corre o risco de ter seu alvará cassado. “Para o proprietário de motel vale muito a pena investir nas adaptações. Os cadeirantes são também consumidores em potencial e cada vez mais procuram locais onde conseguem unir diversão e comodidade. Ao adaptar as suítes, o empresário só tem a ganhar”, afirma.

Alexandre Gonzalez Alonso, sócioproprietário do motel paulistano Belle afirma que vai adaptar suítes para cadeirantes. Eles tiveram uma denúncia de acessibilidade e atenderam de pronto a obrigatoriedade. “Estive em reunião com o promotor e nosso arquiteto para levar um projeto de adaptação, o qual já foi aprovado. Executaremos as reformas em breve e vamos trabalhar com uma divulgação em massa para atrair este público, que não é pequeno.”, afirma.


Fonte: Turismo Adaptado

OS TRES SITES JUNTOS DO CARTEIRO LIGEIRINHO,DEFICIENCIAS EM EVIDENCIA E AGORA DEFICIENCIAS ON LINE

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